Nesta quarta (27), milhões de moradores de Pequim realizaram seu segundo teste de Covid-19 da semana. O governo chinês tenta evitar em Pequim, o cenário que aconteceu em Xangai, onde o lockdown duríssimo imposto pelo governo se tornou uma crise.
Os 25 milhões de habitantes de Xangai passam por um extremo isolamento social desde que os casos de Covid-19 tiveram uma grande alta na China. Com a política de “Covid Zero”, evidências surgem na web fortemente censurada de que a vida está “insuportável” no centro financeiro do gigante asiático.
Em um vídeo divulgado na internet, um estrangeiro era arrastado no chão por quatro pessoas vestindo trajes de proteção contra materiais perigosos. O homem gritava “quero morrer” em mandarim e em inglês. Um dos funcionários que o seguravam gritava de volta: “você veio para a China, você precisa respeitar as leis e regulamentos aqui”.
Em Pequim, cenas como essas são vistas com muita preocupação. Por conta disso, os testes em massa são uma ferramenta das autoridades para que não se repita o que ocorreu em Xangai.
Shi Wei, aposentado de 53 anos, afirma que, apesar de nervoso, está esperançoso com o baixo número de positivos na cidade.
“Nos últimos dois dias, toda vez que vou ao supermercado, há muitas pessoas, então apenas me viro e saio, pois me sinto um pouco inseguro. Posso entender o pânico, dado o que aconteceu em Xangai”, disse à Reuters.
Nesta quarta, Pequim testou mais de 3,5 milhões de moradores do distrito de Chaoyang, que já haviam sido testados na segunda. Na terça, 16 milhões de pessoas de outros distritos foram testadas e repetirão o feito na quinta.
No total, 20 milhões do total de 22 milhões de habitantes serão testados três vezes nesta semana.
De acordo com autoridades da capital chinesa, 46 novos casos foram registrados até às 16h desta terça (26).