CNN | Luís Roberto Barroso, ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) desde 2013, assume a Presidência da Corte nesta quinta-feira (28).
Durante o período, o magistrado participou de diversas votações relevantes, mas também se envolveu em polêmicas.
Entre elas, estão ter dito “perdeu, mané, não amola” a um manifestante que o seguia e questionava sobre a segurança das urnas eletrônicas brasileiras e, mais recentemente, ter afirmado que “nós derrotamos o bolsonarismo para permitir a democracia”.
“Perdeu, mané, não amola”
Em novembro de 2022, Luís Roberto Barroso reagiu a um manifestante que o seguia pelas ruas de Nova York e questionava sobre a segurança do código-fonte das urnas eletrônicas brasileiras. “Perdeu, mané, não amola”, disse o ministro.
Dois dias antes, ministros da Suprema Corte, incluindo Barroso, haviam sido hostilizados enquanto saiam de um hotel para entrar em uma van.
Mais recentemente, em janeiro de 2023, o magistrado foi abordado por manifestantes bolsonaristas no aeroporto de Miami, nos Estados Unidos.
Vídeos que circularam na internet mostraram Barroso no salão de embarque do aeroporto, passando pelo guichê, enquanto manifestantes batiam palmas e gritavam “sai do voo”, “pede para sair”. O ministro ainda foi vaiado e xingado de “ladrão” e “lixo”. Barroso, como mostraram as imagens, não reagiu.
“Nós derrotamos o Bolsonarismo”
Uma das mais recentes polêmicas que Luís Roberto Barroso se envolveu foi ter feito críticas ao bolsonarismo e reagido a vaias que recebeu de um grupo ligado a profissionais da área de enfermagem durante discurso em um Congresso da União Nacional dos Estudantes (UNE), em julho deste ano.
“Já enfrentei a Ditadura e já enfrentei o bolsonarismo, não me preocupo”, afirmou o magistrado em certo ponto.
“Nós derrotamos a censura, nós derrotamos a tortura, nós derrotamos o bolsonarismo para permitir a democracia e a manifestação livre de todas as pessoas”, citou.
As falas foram uma reação a um grupo de manifestantes que protestava contra ele no local. Além das vaias, eles carregavam uma faixa com a frase “Barroso: inimigo da enfermagem e articulador do golpe de 2016”.
À época, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), criticou a fala de Barroso em entrevista à imprensa. “Foi muito inadequada, inoportuna e infeliz a fala de Barroso no evento da UNE a uma ala politica à qual eu não pertenço, mas que é uma ala politica”, adicionou.
O magistrado, posteriormente, ligou para Pacheco para esclarecer a declaração.
À CNN, Barroso também afirmou que, durante a declaração em questão, ele se referiu a um grupo de extremistas que defendem o fim da democracia e que defendem ditaduras.
O ministro também destacou que “não se referiu aos 58 milhões de eleitores do ex-presidente Jair Bolsonaro, e que tem o maior respeito por eleitores que são conservadores, mas democratas”.
Barroso diz que Forças Armadas são orientadas a “atacar” processo eleitoral
Em abril de 2022, Barroso afirmou que as Forças Armadas “estão sendo orientadas para atacar o processo” eleitoral brasileiro, durante participação por teleconferência em um seminário em Berlim, na Alemanha.
Em sua fala, o ministro disse ainda que os militares tentavam “desacreditar” o processo eleitoral brasileiro, destacando que os ataques ao sistema são “totalmente infundados e fraudulentos”.
Como resposta, o então ministro da Defesa, general Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira, classificou a declaração como uma “ofensa grave”.