O Instituto Médico Legal (IML) do Rio de Janeiro informou que encontrou o fragmento de um projétil de um fuzil nas costelas de Cauã da Silva dos Santos, de 17 anos, que foi morto na noite da última segunda (4), na Zona Norte da capital fluminense. O tiro teria ricocheteado antes de atingir o jovem. Dois policiais militares, que teriam participado de um confronto na localidade, foram ouvidos e entregaram dois fuzis calibre 7.62, utilizados naquela noite.
Nos próximos dias, peritos do Instituto de Criminalística Carlos Éboli (ICCE) irão analisar a possibilidade da realização de um confronto balístico para checar se o disparo que matou o jovem partiu dos militares.
A família de Cauã conta que, no momento em que o jovem foi atingido, não acontecia nenhuma operação ou troca de tiros. O estudante trabalhava em um ferro-velho e tinha o sonho de se tornar militar, de acordo com familiares. Além disse, contam que o corpo de Cauã foi jogado em um canal na comunidade por policiais e que, então, a família recuperou o corpo e levaram ao Hospital Estadual Getúlio Vargas, na Penha, porém ele já chegou morto ao local.
A família de Cauã diz que o jovem era lutador de jiu-jítsu e luta livre há três anos, integrava um projeto social na região e não tinha envolvimento com o tráfico de drogas. Pela manhã, parentes e amigos fizeram um protesto pelas ruas de Brás de Pina e Vila da Penha. Antes da manifestação, três ônibus foram incendiados na Estrada do Quitungo.