As bombas de vácuo, também conhecidas como explosivos termobáricos, funcionam em duas etapas: a primeira parte é a carga explosiva que dispersa o combustível em uma nuvem que pode então entrar em edifícios ou objetos ao redor.
Já o segundo estágio acende a nuvem que causa uma enorme bola de fogo e suga o oxigênio das áreas circundantes, causando uma onda de choque.
Justin Bronk, pesquisador do Royal United Services Institute, diz: “Onde um explosivo normal tem cerca de 30% de combustível e 70% de oxidante em peso, um explosivo termobárico é todo combustível e usa o oxigênio do ar – então eles são muito mais poderosos para um determinado tamanho de ogiva”.
Os efeitos de calor e pressão são formidáveis – qualquer um pego na explosão inicial seria instantaneamente vaporizado. Qualquer pessoa apanhada na área circundante receberia ferimentos internos graves causados pela onda de choque. “Eles matam principalmente por conta da criação de uma onda de choque extremamente poderosa que rompe órgãos e estoura os pulmões”, diz Bronk.
A onda de choque se propaga em espaços confinados, por isso é particularmente mortal contra pessoas em locais escavados, como porões ou cavernas. Ela também cria temperaturas extremamente altas de vários milhares de graus, que podem causar queimaduras horríveis.
Grupos de direitos humanos e o embaixador da Ucrânia nos Estados Unidos acusaram a Rússia de usar uma arma termobárica – ou bomba a vácuo – nos combates na Ucrânia.
Alega-se que a explosão que destruiu uma refinaria de petróleo em Okhtyrka, na região de Sumy, na Ucrânia, na segunda-feira, foi causada por uma arma termobárica, embora isso ainda não tenha sido verificado de forma independente.
Também foi alegado que bombas de fragmentação amplamente proibidas foram usadas no conflito, com a Anistia Internacional acusando a Rússia de atacar uma escola no nordeste da Ucrânia.