Estadão | A queda de 7% no preço do petróleo entre janeiro e março no mercado internacional levou a Petrobras a ter um lucro de R$ 38,1 bilhões no período, o primeiro trimestre sob o novo governo Lula. O resultado, divulgado nesta quinta-feira, 11, é 14,4% inferior ao registrado há um ano, quando a estatal começou a ser beneficiada pela disparada no preço do barril no contexto da guerra da Ucrânia.
O lucro da estatal, porém, ficou 18,3% acima do estimado pelo Estadão/Broadcast com base na média das projeções de três instituições: Goldman Sachs, Bradesco BBI e corretora Ativa. A receita também superou as estimativas em 6,1%, enquanto a geração de caixa medida pelo Ebitda ficou 8,7% acima do esperado. O Estadão/Broadcast considera o resultado em linha com as estimativas quando as variações são de até 5% para baixo ou para cima.
O maior destaque dos resultados divulgados pela Petrobras ficou mesmo por conta da aprovação, também, nesta quinta, de R$ 24,7 bilhões em dividendos aos acionistas.
A decisão por esse pagamento bilionário aos investidores foi tomada pelo novo conselho de administração da estatal, empossado no fim de abril e já com maioria indicada pelo governo Lula. O fato surpreendeu positivamente os agentes do mercado financeiro e fez o preço das ações preferenciais da Petrobras subirem 3,7% no fechamento do mercado.
Apesar da valorização no pregão, as ações da estatal tendem a seguir voláteis pelo menos até o início do segundo semestre. Isso porque o conselho de administração da companhia também determinou que a diretoria executiva revise a política de dividendos até julho, antes, portanto das deliberações sobre dividendos relativos ao segundo trimestre.
Segundo a regra atual, quando a dívida bruta é menor ou igual a US$ 65 bilhões, a Petrobras distribui 60% da diferença entre o fluxo de caixa operacional e os investimentos do trimestre.