Estado de Minas | Os preços do petróleo continuaram caindo nesta quarta-feira e se aproximaram dos níveis anteriores à invasão à Ucrânia, puxados pelo medo de uma queda na demanda do produto e pelo otimismo envolvendo as negociações entre Moscou e Kiev.
Após um dia de bastante volatilidade, o barril do Brent caiu 1,89%, a 98,02 dólares, e o WTI para abril, 1,49%, a 95,04 dólares. Os dois barris de referência estão perto de seus níveis do fim de fevereiro, antes da invasão russa.
“Esses movimentos se devem às expectativas derivadas das negociações entre a Rússia e a Ucrânia”, resumiu Matt Smith, analista da Kpler. Segundo o especialista, os preços voltarão a subir por falta de oferta. “Na teoria, haverá uma falta de oferta nas próximas duas semanas”, comentou.
A Agência Internacional de Energia (AIE) indicou hoje que teme um “forte “impacto” no abastecimento mundial de petróleo como resultado das sanções à Rússia pela invasão à Ucrânia, e estimou que o petróleo russo não pode ser substituído imediatamente. A Rússia é o segundo maior exportador de petróleo bruto do mundo.
Para Stephen Brennock, da PVM Energy, há outros fatores que influenciam os preços do petróleo, como “a volta dos medos ligados à Covid-19” ou “a esperança de um acordo nas negociações nucleares com o Irã”.
Um novo confinamento está em vigor em várias cidades da China, medida que gera temores por seu impacto no crescimento econômico chinês e na demanda de petróleo. Já um acordo com o Irã levaria ao levantamento das sanções contra aquele país, membro fundador da Opep, e permitiria a recuperação total da sua capacidade de exportação.