Anderson Torres, titular da pasta da Justiça e Segurança Pública, afirmou que uma perícia será realizada nos vestígios recolhidos
O Globo – O ministro da Justiça e Segurança Pública, Anderson Torres, afirmou na noite desta quarta-feira que “remanescentes humanos” foram encontrados no local onde são feitas buscas pelo indigenista Bruno Araújo Pereira e pelo jornalista inglês Dom Phillips. Os dois foram vistos pela última vez em 5 de junho. Mais cedo, os principais suspeitos do crime confessaram participação no assassinato das vítimas.
“Acabo de ser informado pela Polícia Federal que ‘remanescentes humanos foram encontrados no local, onde estavam sendo feitas as escavações’. Eles serão submetidos à perícia. Ainda hoje, os responsáveis pelas investigações farão uma entrevista coletiva em Manaus”, informou o ministro, no Twitter.
Os dois suspeitos presos pelo desaparecimento do indigenista brasileiro Bruno Pereira e do jornalista inglês Dom Phillips confessaram nesta quarta-feira o assassinato das vítimas. Oseney da Costa Oliveira, o Dos Santos, foi o primeiro a admitir o crime. Depois, seu irmão, Amarildo da Costa de Oliveira, conhecido como Pelado, também assumiu participação nas mortes. A polícia levou um investigado para a área de buscas pelas vítimas, que não são vistas desde o dia 5 de junho. Investigadores ligados ao caso confirmaram a informação ao GLOBO.
O desaparecimento da dupla foi alertado pela União dos Povos Indígenas do Vale do Javari (Univaja) na segunda-feira. O Vale do Javari é a região com a maior concentração de povos indígenas isolados do mundo.
Amarildo da Costa de Oliveira, conhecido como Pelado, foi preso no dia 7, e o irmão dele, Oseney da Costa Oliveira, o Dos Santos, foi detido nesta terça-feira. Uma testemunha chave afirmou ter visto Pelado carregar uma espingarda e fazer um cinto de munições pouco depois que Pereira e Phillips deixarem a comunidade de São Rafael com destino à Atalaia do Norte, na manhã do último domingo, data em que foram vistos pela última vez.
Um relatório da PF sobre o caso, enviado ao ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF), mostra trechos dos depoimentos de Pelado, que admitiu ter visto Bruno no dia do desaparecimento, e de testemunhas oculares que viram sua perseguir a embarcação de Bruno e Dom, conforme revelado pelo GLOBO. Outro depoimento que reforça as suspeitas é o do procurador jurídico da Univaja, Eliésio Marubo, que afirma ter recebido de Bruno uma mensagem na qual temia por sua vida e que a reunião marcada com “Churrasco”, poderia “dar em algum problema”.