Marca dos 95% foi ultrapassada nesta quinta-feira após 12 estados e o Distrito Federal prorrogarem a campanha, que começou em 8 de agosto
Nessa quinta (13), a Paraíba se tornou o primeiro estado do Brasil a atingir a meta da campanha de vacinação contra a poliomielite, também conhecida como paralisia infantil. 95,1% do público alvo foi vacinado no estado, 67 dias depois do início da campanha.
Dados do Ministério da Saúde apontam que a taxa de cobertura no país caiu para dois terços (64,76%) na média nacional.
Somente o Amapá (90,3%) rompeu a barreira de 90% de cobertura vacinal contra a doença. Por outro lado, o Acre é o estado com a menor taxa, 30,3%, do país. Logo em seguida vem Roraima, com 30,5%. A meta do ministério é imunizar 95% das crianças de até 5 anos em todo o país.
As baixas coberturas vacinais no país ameaçam não só para o retorno da pólio, mas também para o avanço de doenças como meningite, que já matou 707 pessoas no Brasil em 2022, e sarampo. Na lista de principais motivos que expliquem a baixa cobertura vacinal, especialistas apontam que a população subestima os riscos da doença, em parte porque jamais tiveram qualquer contato com vítimas e também pela falta de informações.
O Brasil notificou o último caso de poliomielite há mais de três décadas, em 1989. Cinco anos depois, a doença foi declarada erradicada pela Organização Pan-Americana da Saúde (Opas), escritório da Organização Mundial da Saúde (OMS) nas Américas. Dois recentes casos suspeitos — um no Pará e outro em Roraima — e outro confirmado em Nova Iorque, nos Estados Unidos, acenderam o alerta para o risco de volta da doença.
Lançada pelo ministério, a Campanha Nacional de Vacinação contra a Poliomielite e Multivacinação começou em 8 de agosto e duraria, incialmente, até 9 de setembro. A pasta estendeu a iniciativa até o dia 30 do mesmo mês diante dos baixos índices de cobertura. Pelo menos 12 estados mais o Distrito Federal prorrogaram novamente a campanha de imunização contra paralisia infantil.
A vacina, ofertada gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS), é a única forma de evitar a pólio e, consequentemente, as sequelas. Cada criança deve receber três doses iniciais da vacina inativada (VIP, versão injetável) aplicadas aos 2, 4 e 6 meses de idade. Depois, há dois reforços, com a vacina atenuada (VOP, a famosa “gotinha”): o primeiro entre os 15 e 18 meses de vida e o último aos 4 anos.
Os sintomas são febre, mal-estar, dor de cabeça, de garganta e no corpo, vômitos, diarreia, prisão de ventre, espasmos e rigidez na nuca. Em casos graves, a pólio pode levar, ainda, à paralisia e atingir músculos respiratórios.
Sem tratamento contra a poliomielite, o foco está em diminuir os sintomas a partir do uso de analgésicos e de ventiladores portáteis, e repouso. Além disso, médicos explicam que a fisioterapia é importante para a reabilitação após as sequelas, que vão de dores nas articulações a pé torto (quando a pessoa não consegue andar porque o calcanhar não toca o chão), passando por atrofia muscular e crescimento das pernas em tamanhos diferentes.