Com 99,99% das mesas contabilizadas, 61,86% dos eleitores eram contrários ao texto apresentado pela Convenção Constitucional chilena e 38,14% eram favoráveis
CNN – A população chilena rejeitou a proposta de nova Constituição, em plebiscito neste domingo (4). A opção “rejeito” prevaleceu sobre a aprovação do texto apresentado.
Com 99,99% das mesas contabilizadas, 61,86% dos eleitores eram contrários ao texto apresentado pela Convenção Constitucional chilena. Já os favoráveis eram 38,14%.
A votação, que foi obrigatória, ocorreu entre 8h e 18h (pelo horário local). Segundo estimativa das autoridades chilenas, cerca de 15 milhões de pessoas estavam aptas a votar.
Os eleitores foram chamados para responder à seguinte pergunta: “você aprova o texto da Nova Constituição proposto pela Convenção Constitucional?”. As escolhas possíveis foram: “aprovo” ou “rejeito”.
O presidente do Chile, Gabriel Boric, afirmou neste domingo em suas redes sociais, que se orgulha do momento “histórico” que o país vive. Na publicação, Boric exalta a democracia e a responsabilidade com o voto. “Exerçamos nosso direito e dever de escrever nossa história votando com responsabilidade, calma e muita alegria”, diz o texto.
Boric disse ainda que, independentemente de qual seja o resultado do plebiscito, convocará a “união nacional”.
Para redigir o conteúdo da nova Carta Magna, os chilenos elegeram 155 membros para compor a chamada “Convenção Constitucional”. Entre eles estão 78 homens e 77 mulheres, com idade média de 45 anos.
O texto rejeitado foi escrito para substituir a atual Constituição Política do Chile, promulgada em 1980 –durante a ditadura do general Augusto Pinochet, que se estendeu entre 1973 e 1990.
Em 2020, 78% dos chilenos votaram a favor da elaboração de uma nova carta constitucional para o país. O plebiscito havia sido acordado um ano antes, quando uma onda de protestos violentos e intensa repressão se espalhou pelas ruas do Chile.
O projeto da nova Constituição se baseia em dez pilares que reúnem “elementos fundamentais e normas mais relevantes”, segundo a convenção. São eles: democracia; inclusão; tradição institucional; garantias de direitos; liberdade; igualdade de gênero; proteção da natureza e do meio ambiente; regiões; projeção futura e economia responsável.