Preterido por Bolsonaro, presidente de Portugal toma café da manhã com Michel Temer
O Globo – Após ter encontro desmarcado com Jair Bolsonaro (PL), o presidente de Portugal, Marcelo Rabelo de Souza, tomou café da manhã com o ex-presidente Michel Temer (MDB) no hotel Tivoli Mofarrej, em bairro nobre de São Paulo, na manhã desta segunda-feira. O líder se encontrou, neste domingo, com o pré-candidato à presidência da República Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e tinha agenda programada com Bolsonaro para esta segunda-feira. No entanto, ao saber que Rabelo se encontraria com o adversário político, Bolsonaro desmarcou o almoço, como noticiado pelo GLOBO de forma antecipada na sexta-feira.
Rabelo embarcou para o Brasil na noite de sexta-feira. No aeroporto, ele foi informado do cancelamento por parte de Bolsonaro e disse entender “as questões políticas” que motivaram o presidente.
— Quem convida pra almoçar é que decide se quer almoçar ou não — disse o líder português —Se o presidente da República Federativa do Brasil entende que não pode, não quer, não é oportuno, que não entra na sua programação… Eu respeito quem convida deixar de convidar pelas razões que queira, por inoportunidade política, pessoal — disse Marcelo, antes do embarque.
Rabelo citou ainda que os dois países têm tido posições diferentes, por exemplo, sobre a guerra da Ucrânia e rebateu a atitude de Bolsonaro: “ninguém morre”.
— Eu entendo que há questões políticas. Portugal é aliado da Ucrânia, Brasil não. Agora o almoço é uma questão que não constava no primeiro programa da ida ao Brasil. É possível o almoço, tudo bem. (Se) Não é possível, ninguém morre – afirmou.
Além dos encontros com Lula e Temer, Rebelo pretendia se encontrar com Fernando Henrique Cardoso. Nesta segunda-feira, o líder português finalizou sua agenda de reuniões na passagem pelo Brasil, mas indicou que poderá retornar para o dia 7 de setembro, caso o governo brasileiro decida realizar eventos comemorativos pelo bicentenário.
Já que Bolsonaro desmarcou o encontro que aconteceria no Palácio do Planalto, o presidente português deixou de ir para Brasília e passou apenas pelo Rio de Janeiro e por São Paulo.