No ano, a indústria acumula queda de 2,6% e, em 12 meses, de 1,9%
CNN – A produção industrial apresentou variação positiva de 0,3% na passagem de abril para maio, quarto resultado positivo consecutivo, informou o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) nesta terça-feira (5). Com isso, o setor acumula alta de 1,8% entre fevereiro e maio.
Apesar do crescimento do período, o resultado não foi suficiente para eliminar o recuo de 1,9% registrado em janeiro, segundo o instituto. No ano, a indústria acumula queda de 2,6% e, em 12 meses, o recuo é de 1,9%.
“Com esses resultados, o setor industrial ainda se encontra 1,1% abaixo do patamar pré-pandemia [fevereiro de 2020] e 17,6% abaixo do nível recorde alcançado em maio de 2011”, diz André Macedo, gerente da pesquisa industrial mensal.
No resultado desse mês, 3 das 4 grandes categorias econômicas e 19 das 26 atividades industriais pesquisadas apontaram avanço na produção.
Para Macedo, a melhora no desempenho da indústria nos últimos quatro meses pode estar relacionada às medidas de incremento da renda implementada pelo governo, como liberação de recursos do FGTS e antecipação do 13º para aposentados e pensionistas. “Isso pode estar trazendo algum impacto positivo para o setor industrial, além da evolução no mercado de trabalho com a redução da taxa de desocupação. São fatores que devem ser considerados para entender o comportamento positivo da indústria nesse momento”, disse.
O pesquisar ressalva, porém, que a indústria ainda tem sentido fatores observados mês a mês que limitam a recuperação das perdas do passado, como inflação em patamares mais elevados reduzindo a renda das famílias, taxa de juros alta encarecendo o crédito e o mercado de trabalho que ainda permanece com a característica de uma massa de rendimentos que não mostra avanço.
“O setor industrial ainda tem um espaço grande a ser recuperado frente a patamares mais elevados da série histórica. Ainda permanecem a restrição de acesso das empresas a insumos e componentes para a produção do bem final e o encarecimento dos custos de produção. Várias plantas industriais prosseguem realizando paralisações, reduções de jornadas de trabalho e concedendo férias coletivas, com a indústria automobilística exemplificando bem essa situação nos últimos meses”, diz Macedo.