TCE do Piauí apontou diversas irregularidades e superfaturamento em programa do governo petista. Além dos mortos inscritos, houve matrículas de 5.500 funcionários públicos
BSM – Uma auditoria do Tribunal de Contas do Estado do Piauí (TCE-PI) apontou uma série de irregularidades no programa de alfabetização (Proaja) implantado nas gestões dos petistas Wellington Dias e sua sucessora, Regina Sousa.
Entre as irregularidades, o TCE encontrou mais de mil mortos cadastrados no Programa; cerca de 5.500 funcionários públicos entre os matriculados e mais de mil jovens de até 18 anos também inscritos irregularmente, já que a proposta do programa é atender o público adulto.
Segundo o governo do estado, o Proaja teria por objetivo a alfabetização de 200 mil pessoas a um custo de, aproximadamente, R$ 342 milhões. Cada aluno recebe R$ 440,00 como incentivo, mais um auxílio para materiais. Cada empresa contratada pelo governo ganha R$ 1.310,00 por aluno.
De acordo com a auditoria do TCE, realizada entre março e junho de 2022, as empresas contratadas também não comprovaram nenhuma experiência com serviços educacionais. Para o Tribunal, o programa apresenta um alto risco de superfaturamento e dano aos cofres públicos.
O escândalo mais recente envolvendo o ex-governador Wellington Dias foi noticiado pela Revista Veja, nesta sexta-feira (15). Atualmente, Dias está afastado do cargo, já que deve disputar uma vaga no Senado. O Proaja foi lançado em julho de 2021.
Ao comentar o resultado da auditoria, o governo culpou as empresas contratadas pelas irregularidades, mas reconheceu que todas as inscrições apresentadas pelo Tribunal como irregulares, de fato, constam no Programa.
No entanto, na versão dos petistas, os R$ 58,8 milhões que o estado já investiu no Proaja foram transferidos apenas para os alunos que atendiam aos critérios.