Durante o julgamento na Corte Especial do Superior Tribunal de Justiça (STJ), em sessão extraordinária que manteve o afastamento de Paulo Dantas (MDB) do cargo de governador, a ministra Laurita Vaz, relatora do processo, detalhou mais sobre as suspeitas, havendo até ameaça de morte para testemunhas.
Durante seu voto, o ministro Herman Benjamin, que seguiu a relatora, na decisão, levantou o fato de que a principal testemunha do caso sofreu uma ameaça de morte durante o curso do processo. A testemunha teria sofrido a ameaça após se recusar a entregar R$ 32 mil e cartões apreendidos pela polícia. Os autores da ameaça ainda teriam dito que a investigação não daria “em nada”, segundo a relatora.
“Na minha região, ameaça de morte se leva a sério. No sertão da Paraíba, no sertão do Nordeste, no semiárido, onde impera a pistolagem, ameaça de morte é coisa muito séria”, disse o ministro.
Segundo Vaz, a investigação teve início após uma denúncia anônima recebida em outro de 2021, relatando uma suposta organização criminosa especialista em crimes financeiros e lavagem de dinheiro, realizando saques diários, no início de cada mês, em agências da Caixa em Maceió, sendo feitos bem cedo pela manhã, por volta das 06h.
Em agosto deste ano, após a instauração de inquérito pela Polícia Federal (PF), a relatora continua, houve a suspeita de que, a pedido de Paulo Dantas, ocorreu um aparelhamento da Polícia Civil para defender seus interesses e acabar atrapalhando a investigação em curso.