Renato Rezende Rocha Filho é o melhor prefeito de Alagoas e um dos quinze melhores do Brasil. Quem diz isso é o Sebrae (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas), que conferiu, no fim do mês passado, ao chefe do Executivo do pequeno município de Pilar —localizado na Região Metropolitana de Maceió— o Prêmio Sebrae Prefeito Empreendedor pelo bem-sucedido projeto Pilar Doce Lar – Vivendo uma Cidade Empreendedora.
O sucesso de Renato Filho não é de hoje. Desde assumiu a Prefeitura, o gestor do município incrementou uma série de projetos e transformou a cidade em referência no Estado — consequentemente depois, em case nacional. Natural que a excelente administração atraísse olhares. Uns bons; outros, ruins. Mas há olhares invejosos que se travestem de bondosos, porque em se tratando de política, há muito interesse por trás disso. Falo disso depois.
O fato é que Renato Filho seria um candidato natural ao governo de Alagoas nas eleições deste ano. Poderia não sair vencedor, mas para ele seria uma boa oportunidade de avaliar sua gestão. O primeiro erro do prefeito de Pilar foi ser mal assessorado – muita gente querendo surfar na onda da sua boa administração. Houve quem lhe tentasse abrir os olhos para isso, mas a mosca da vaidade costuma zumbir no ouvido do vaidoso e ele se fez de surdo.
Aí vem o olhar do invejoso. Nesse caso, um invejoso esperto.
Consciente do crescimento vertiginoso de Renato Filho, o MDB —comandado a rédeas curtas em Alagoas pelos Calheiros— tratou de tirar o prefeito de Pilar do inexpressível PSC e prendê-lo no Movimento (Não Tão) Democrático Brasileiro. Na época de filiação, foi chamado de “Coringa do Partido” pelo então governador Renan Filho. Renato Filho se empolgou —mal assessorado que é— e provavelmente não se lembrou que no baralho, o coringa é a carta que resolve tudo. Nas artes, coringa não passa de um palhaço. E política é uma arte, já diziam os gregos antigos.
Era tudo que o MDB precisava para tirar de cena um dos fortes candidatos ao governo —na época, já havia o conchavo entre Renan Filho e o presidente da Assembleia Legislativa Marcelo Victor (MDB) para indicar Paulo Dantas a governador-tampão e, consequentemente, Renato Filho não percebeu que era apenas mais um entre os muitos egressos no partido naquele dia —claro, culpa em parte da sua má assessoria.
Hoje, Renato Filho segue como o melhor prefeito de Alagoas, segundo o Sebrae, mas alijado do processo eleitoral que ele tanto almejava. Tudo por culpa de uma série de fatores: má assessoria, mosca da vaidade e, principalmente, do olhar invejoso do MDB comandado a rédeas curtas em Alagoas pelos Calheiros.