Pelo menos 54 pessoas foram presas na capital francesa; manifestantes criticam planos para aumento da idade mínima para aposentadoria
Reuters – A polícia teve que usar bombas de gás lacrimogêneo para dispersar anarquistas que saquearam estabelecimentos comerciais em Paris, neste domingo, durante os protestos de 1º de Maio, que incluíram manifestações contra as políticas do presidente recém-reeleito Emmanuel Macron. Segundo o ministério do Interior, cerca de 116 mil pessoas participaram de marchas e comícios em todo o país, sendo 24 mil na capital francesa.
A maioria dos eventos foi pacífica, mas a violência eclodiu na capital, onde a polícia prendeu 54 pessoas, incluindo uma mulher que atacou um bombeiro que tentava apagar um incêndio, disse o ministro do Interior, Gerald Darmanin. Oito policiais ficaram feridos.
Anarquistas do chamado grupo “black bloc” saquearam uma filial do McDonald’s na Place Leon Blum e destruíram várias agências imobiliárias, quebrando janelas e incendiando latas de lixo. A polícia respondeu disparando gás lacrimogêneo.
Os confrontos com a polícia eclodiram no início da marcha, perto da Praça La Republique, e quando chegou à Praça La Nation, no Leste de Paris.
Em toda a França, os manifestantes enfatizaram o pedido de aumentos salariais e o pedido para que Macron, do centrista República Em Marcha, abandone seu plano de aumentar a idade mínima para aposentadoria.
Cerca de 250 comícios foram organizados em Paris e outras cidades, incluindo Lille, Nantes, Toulouse e Marselha.
Na capital, sindicalistas se juntaram a figuras políticas — principalmente de esquerda — e ativistas ambientalistas. Ao todo, mais de 20 mil pessoas participaram, contra 17 mil no ano passado, disse o ministro do Interior.
O custo de vida foi o tema principal da campanha eleitoral presidencial e parece ser igualmente proeminente antes das eleições legislativas de junho, que o partido de Macron e seus aliados devem vencer para que ele possa implementar suas políticas que estimulam o mundo corporativo, incluindo o aumento da idade mínima para aposentadoria de 62 para 65 anos.
— É importante mostrar a Macron e a todo o mundo político que estamos preparados para defender nossos direitos sociais — disse Joshua Antunes, estudante de 19 anos que acusou o presidente de “inatividade” em questões ambientais.