Na maior parte das transmissões de cargo do governo Lula, os ministros de Bolsonaro não estavam presentes. No entanto, essa quebra de protocolo é incomum nas Forças Armadas
Na última quinta (5), o almirante de esquadra Marcos Sampaio Olsen tomou posse como novo comandante da Marinha do Brasil. Indicado por Lula (PT), ele substitui o almirante Almir Garnier Santos, que não esteve presente na cerimônia. Foi a primeira vez na história que uma troca de comando acontece na Marinha sem a presença do antecessor.
Na grande maioria das transmissões de cargo do novo governo, os ministros de Bolsonaro (PL) não estavam presentes, mas essa quebra de protocolo é incomum dentro das Forças Armadas.
Nas passagens de comandos do Exército e Força Aérea, comandantes substitutos e substituídos estavam presentes nas cerimônias. A Marinha não justificou oficialmente a ausência do antecessor.
Em abril de 2021, Garnier recebeu o cargo de seu antecessor, o almirante Ilques Barbosa Junior, em cerimônia com a participação do então presidente Jair Bolsonaro (PL).
Apesar de ausente, o almirante Garnier deixou mensagem escrita, destacando os valores do sucessor e, usando uma alegoria militar, afirmou que vai “procurar manter a mais precisa posição”. Na prática isso significa que ele seguirá “fiel à Marinha”.
No discurso de posse, o novo comandante agradeceu ao presidente Lula pelo privilégio da nomeação. Ele também citou objetivos e desafios para cumprir as metas estratégicas da Marinha do Brasil. Olsen fez referência emocionada à família.
O ministro da Defesa, José Mucio Monteiro, compareceu à cerimônia. Como manda a praxe, foi agraciado com a Ordem do Mérito Naval. Em discurso, ele destacou o papel da Marinha no apoio à política externa brasileira e diplomacia naval, o suporte na repressão de crimes e o trabalho científico da Armada.