Por falta de quórum, a Comissão de Direitos Humanos (CDH) do Senado teve que adiar, nesta segunda-feira (7), a votação do pedido para convocar o deputado estadual por São Paulo, Arthur do Val (Podemos), o “Mamãe Falei”, para prestar esclarecimentos sobre as declarações machistas e misóginas que ele fez sobre as mulheres ucranianas.
Dos 33 senadores que compõem o colegiado, onde 18 são titulares e 15 suplentes, só oito registraram presença. Para ter quórum, que é o número mínimo para dar seguimento aos trabalhos, eram necessários pelo menos 10 senadores.
Na última sexta-feira (4), os áudios do deputado Arthur do Val viralizaram, onde ele falava em um grupo de amigos que as mulheres da Ucrânia são “fáceis porque são pobres”. A Ucrânia está em guerra com a Rússia há quase duas semanas.
De acordo com o parlamentar, ele foi ao país ucraniano para arrecadar doações para refugiados, mas o que ganhou destaque, foram os seus áudios.
O requerimento para que o fato seja apurado foi realizado pelo senador pernambucano Humberto Costa (PT), que é presidente da Comissão de Direitos Humanos. No pedido ele afirma que a fala de Arthur do Val está “carregada de violência machista, sexista, subjugando as mulheres ucranianas, e de outras nações europeias, reduzindo-as a sua sexualidade”.
Ainda de acordo com o senador, o deputado estadual ignorou a miséria e o sofrimento das pessoas que estão buscando refúgio em outros países. “É inadmissível que um representante do povo agrida vítimas de guerra de forma tão brutal”.
No último sábado (5), ao desembarcar no Brasil,, Arthur do Val assumiu que gravou os áudios e pediu desculpas, falando que foi um “erro, em um momento de empolgação”.
Pelo menos cinco prefeitos do Podemos, de São Paulo, partido o qual o deputado é filiado, pediram a expulsão dele do partido. A presidente nacional da legenda, Renata Abreu, está avaliando o caso.