Senadores da oposição organizam uma ofensiva para que colegas assinem o pedido de abertura de uma CPI para investigar as acusações de corrupção dentro do Ministério da Educação, em que verbas seriam liberadas após o pedido de propinas de pastores ligados a Jair Bolsonaro (PL) e do ex-ministro Milton Ribeiro.
A lista de encontros nesta semana está cheia. Nomes como José Serra (PSDB), que foi favorável à CPI da Pandemia; Marcelo Castro (MDB), que é presidente da Comissão de Educação do Senado; Otto Alencar (PSD), que também atuou na CPI da Pandemia, estão na lista. Outros nomes estão em pauta, principalmente do senadores do PSD, que tem a segunda maior bancada do Senado.
Autor do pedido de abertura da CPI, Randolfe Rodrigues tem feito publicações nas redes sociais chamando a população a pressionar os parlamentares nas suas bases eleitorais a endossarem o documento para criarem a comissão de investigação das denúncias no MEC. Na sexta, Rodrigues anunciou ter conseguido as 27 assinaturas, mas perdeu três delas no final de semana.
Outro parlamentar que atua ativamente para conseguir mais assinaturas é Renan Calheiros (MDB). Segundo ele, ainda há senadores que podem contribuir na abertura da CPI.
– Só Omar Aziz (presidente da CPI da Pandemia) assinou no PSD. E o PSD é o partido que deve indicar o relator ou a vice presidência da comissão porque é a maior bancada juntamente com o MDB.
Pacheco tem demonstrado resistência em criar a CPI em ano eleitoral. Na quinta, o presidente do Senado disse que deixará para decidir sobre o tema quando ele “existir”, já que naquele momento não havia quórum suficiente para a instalação. Pacheco também alegou ser necessário, além das assinaturas, ter um “fato determinado” para a criação do colegiado.
A resistência pela criação de CPIs em ano eleitoral se dá pelo receio de os trabalhos serem usados como palanque político da oposição.