Em entrevista, candidata do MDB à Presidência da República criticou os líderes das pesquisas de intenção de voto
Metrópoles – A candidata do MDB à Presidência da República, Simone Tebet, prometeu, nesta quinta-feira (18/8), que, caso eleita, trabalhará para acabar com a possibilidade de reeleição em cargos eletivos. A fala ocorreu durante participação da senadora em entrevista ao Flow Podcast. Na ocasião, a emedebista também mirou os líderes das intenções de votos: Lula (PT) e Jair Bolsonaro (PL).
“O maior mal do Brasil é reeleição porque a pessoa ganha e já tá preocupada em se manter os oito anos no Poder. Foi assim com Lula no mensalão: vou comprar lá deputados para votar o que eu quero e garantir a reeleição”, disse a senadora.
Antes, Tebet lembrou da sua atuação na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid-19, que a projetou nacionalmente. Na ocasião, criticou a “inércia” do Ministério Público Federal (MPF) em dar prosseguimento às investigações conduzidas no âmbito do colegiado.
“O MPF fala que não há indícios e não abriu processos, nada impede que num futuro próximo essas denúncias sejam investigadas e escancarem um grande esquema de corrupção que podia estar sendo tramado dentro do ministério da Saúde”, defendeu a candidata ao Palácio do Planalto, que classificou o órgão como “submisso ao governo”. “Diria que Augusto Aras [procurador-geral da República] é o engavetador-geral da República”, criticou a senadora.
“Presidente omisso”
Durante a entrevista, a senadora também teceu críticas à gestão de Bolsonaro, dando enfoque na atuação do mandatário do país durante a pandemia. “É um presidente omisso no que é essencial”, resumiu.
A emedebista também rebateu os ataques do presidente ao sistema eleitoral e às instituições democráticas. “Eu luto por democracia há 35 anos e eu nunca vi tantos retrocessos. O bem maior que um cidadão pode ter é o direito de ir às urnas votar e a cada quatro anos decidir quem vai presidir sua vida. Democracia é o princípio, meio e fim para que você esteja aqui, para falar o que você quiser sem a preocupação que vai ter um policial para me levar para a cadeia e muitas vezes desaparecer com o corpo”, disse.
Fim da reeleição
Em outro momento, as críticas da presidenciável foram dirigidas ao ex-presidente Lula, com quem rivaliza na disputa eleitoral. “De um tempo para cá, realmente, a política fez isso aqui [indicou uma queda com a mão]. Os homens públicos não honravam e não honram o seu voto. Colocam os próprios interesses na frente e o resto é história, como o mensalão”, defendeu.
Antes de ir ao programa, Tebet esteve na sede da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), em São Paulo. De lá, a emedebista participou de uma reunião reservada com a coordenação de campanha e, depois, gravou o programa da propaganda eleitoral, que deve ir ao ar nos próximos dias.
De acordo com a pesquisa do Instituto Datafolha divulgada nesta quinta-feira (18/7), Simone Tebet é a quarta colocada na corrida eleitoral para o Planalto, concentrando apenas 2% do eleitorado. O quantitativo indica estabilidade no desempenho da senadora em comparação com a pesquisa anterior. Tebet está atrás de Lula (47%); Bolsonaro (32%) e Ciro Gomes (7%).