Importante aliada de Lula no segundo turno, emedebista pode fazer aliança com Fernando Haddad (PT), ministro da Fazenda
Nesta quinta (5), a senadora Simone Tebet (MDB) tomará posse à frente do Ministério do Planejamento em cerimônia marcada para às 10h, no Palácio do Planalto. Sua nomeação foi um dos maiores desafios do presidente Lula (PT) durante a construção de seu novo governo, antes mesmo de assumir.
Tebet foi fundamental para a eleição do petista no segundo turno, após a senadora ficar em terceiro lugar no primeiro turno. Ela tinha preferência em assumir o Ministério do Desenvolvimento Social, que é o responsável pelo Bolsa Família e que poderia ajudá-la na próxima disputa eleitoral. No entanto, o cargo ficou com Wellington Dias (PT).
Ela também foi sondada para assumir a pasta do Meio Ambiente, que acabou ficando com a deputada federal eleita Marina Silva, que já ocupou o cargo durante os dois primeiros governos de Lula e depois rompeu com o petista.
Também foi ventilada a possibilidade de alocar Simone Tebet no Ministério das Cidades, mas, ao final, foi aceito o posto no Planejamento. A condição para que a senadora aceitasse o ministério foi a inclusão do PPI (Programa de Parcerias de Investimentos) sob o guarda-chuva da pasta.
Conforme apuração da âncora da CNN Thais Herédia, a ministra tem pedido ajuda de economistas dos setores público e privado para compor o segundo escalão de sua pasta.
Um dos desafios que pode ficar a cargo da emedebista é a revisão do orçamento público federal, com avaliação das políticas públicas e definição de longo prazo para alocação dos recursos federais, explica Thais.
Ainda é esperada uma aliança com Fernando Haddad (PT), Ministro da Fazenda, o que parecia improvável há alguns meses.
Aliada e respaldo do MDB
Crucial para a vitória de Lula na corrida presidencial, Simone Tebet foi sua adversária nas eleições 2022, tendo ficado em terceiro lugar no primeiro turno. No segundo turno, declarou voto e subiu no palanque petista.
Tebet foi responsável por atrair setores mais moderados para a chapa vencedora, papel semelhante ao que foi desempenhado pelo vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB).
Considerada uma política proeminente, ela não tinha, contudo, o apoio do próprio partido para representá-lo e ser indicada a um ministério, de acordo com o analista de Política da CNN Caio Junqueira.
Mas essa foi uma situação que se reverteu no meio de dezembro do ano passado, após uma reunião de integrantes da sigla na residência do ex-senador e deputado eleito Eunício Oliveira.