Pré-candidata do MDB deu declaração em Brasília; PSDB deve se reunir na próxima semana para decidir se a apoia. Pesquisa de março mostrou Simone Tebet com 1% das intenções de voto.
G1 – A pré-candidata do MDB à Presidência da República, Simone Tebet, afirmou nesta quarta-feira (25) não ter dúvidas de que contará com o apoio do PSDB na disputa pelo Palácio do Planalto.
A declaração foi dada durante entrevista a jornalistas em Brasília, um dia após o MDB e o Cidadania terem decidido reiterar o nome da senadora como indicação do grupo ao Palácio do Planalto (veja detalhes no vídeo mais abaixo).
O PSDB também compõe o grupo, mas ainda não decidiu se irá aderir à campanha de Simone Tebet ou se lançará uma candidatura própria. A legenda deve se reunir na próxima semana para tomar uma decisão.
“Não tenho dúvidas de que, na semana que vem, nós estaremos com aqueles que sempre foram nossos aliados de primeira hora: homens e mulheres de bem do PSDB. Não tenho dúvida de que essa construção está sendo muito bem feita pelo nosso presidente Baleia Rossi [MDB] junto com o presidente [do PSDB] Bruno Araújo”, declarou Simone Tebet nesta quarta.
Na última segunda (23), o ex-governador de São Paulo João Doria anunciou ter desistido de concorrer ao Palácio do Planalto. Apesar de ter vencido as prévias tucanas, Doria enfrentava resistências dentro do próprio partido e nas demais siglas que negociam uma candidatura única.
O colunista do g1 Valdo Cruz informou que, com a desistência de Doria, o grupo político do deputado e ex-presidente do PSDB Aécio Neves passou a defender uma candidatura própria tucana e que o nome seja o do ex-governador do Rio Grande do Sul Eduardo Leite.
Pesquisa Datafolha divulgada em março mostrou Simone Tebet com 1% das intenções de voto. A mesma pesquisa mostrou Lula (PT) com 43% das intenções de voto e o presidente Jair Bolsonaro (PL) com 26%.
Questionada se falou com o ex-governador de São Paulo após a desistência, Tebet afirmou que “sempre” conversa com o PSDB e com Doria. Disse, ainda, que mandou mensagem para Doria e que foi “rapidamente respondida”.
“A minha relação com o PSDB é da mais profunda amizade. Tenho nos grandes líderes do PSDB hoje, que eu faço agora uma homenagem em nome do meu amigo pessoal, meu querido e particular amigo, que é alguém com quem me aconselho, senador Tasso Jereissati, e de um grande amigo que também conquistei ao longo do tempo, que é o presidente Bruno Araújo, eu faço uma homenagem à história do PSDB. Foi pela estabilidade da moeda, que lutou conosco por democracia, e está conosco dentro desse processo do centro democrático”, afirmou.
Na entrevista desta quarta, Simone Tebet disse que o Brasil “clama pelo centro democrático”.
“E a esse clamor o MDB também grita: ‘presente’. Tendo ao lado o Cidadania e, em breve, não tenho dúvidas, o PSDB. A esse clamo,r eu também respondo ‘sim, eu estou presente’. É um clamor da urgência de um país que é dito celeiro do mundo, mas não tem a capacidade de alimentar seus filhos”, afirmou.
‘Mulher vota em mulher’
Ainda na entrevista, Tebet mostrou sua aposta no eleitorado feminino para crescer nas pesquisas de intenção de voto. A senadora disse ter tido acesso a levantamentos que mostram que a maior parte das mulheres ainda não escolheu o candidato nas eleições deste ano.
“Eu era risco [zero], virei 1% e agora sou 2%, aumentei 200% sem sequer me apresentar ao Brasil. Não vamos menosprezar a força das mulheres eleitoras que não estão satisfeitas com o Brasil que têm’, disse a pré-candidata.
“Temos visto uma geração de meninas e de jovens mulheres que estão ensinando a nós mulheres que temos um pouquinho mais de idade que mulher vota em mulher. Porque a mulher que tem sucesso, mulher que se empodera, que tem protagonismo, ela empodera outra mulher”, afirmou.
Tebet disse ainda que constará em seu programa de governo a criação de um “ministério paritário” entre homens e mulheres, e que o pré-requisito para ambos será ter competência e vontade de servir ao Brasil.
Tebet também foi questionada se montaria uma chapa feminina, escolhendo uma mulher para o posto de vice-presidente.
A pré-candidata afirmou que a senadora Eliziane Gama (Cidadania-MA) é uma “amiga pessoal” e que terá “o maior prazer” de tê-la ao lado, mas que essa é uma decisão para o futuro que será construída com os presidentes dos partidos ao lado das demais legendas que possivelmente venham a compor a chapa.
A pré-candidatura
Simone Tebet foi oficializada pré-candidata do MDB à Presidência em dezembro do ano passado. Pesquisa Datafolha divulgada em março mostrou Simone Tebet com 1% das intenções de voto. A mesma pesquisa mostrou Lula (PT) com 43% das intenções de voto e o presidente Jair Bolsonaro (PL) com 26%.
Uma nova avaliação realizada pelo instituto deve ser divulgada nesta quinta-feira (26).
Diante desse desempenho nas pesquisas, o nome de Simone Tebet dentro do MDB não é consenso. Líderes do partido na região Nordeste, por exemplo, defendem apoio do MDB a Lula já no primeiro turno.
A senadora tem repetido que não espera obter “unanimidade” no MDB, mas, sim, “unidade”. Já o presidente do MDB, deputado Baleia Rossi, afirma que há uma “esmagadora maioria” favorável à candidatura de Simone Tebet.
As chapas que concorrerão oficialmente à Presidência da República nas eleições de outubro só serão registradas no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) entre julho e agosto, após as convenções partidárias nacionais.