A luz dessa galáxia viajou por mais de 13,4 bilhões de anos, já que ela data de pelo menos 400 milhões de anos após o Big Bang
Época Negócios – A galáxia mais antiga do Universo foi detectada por uma equipe internacional de astrônomos com o uso de dados do Telescópio Espacial James Webb (JWST, na sigla em inglês), da NASA. Ela data de menos de 400 milhões de anos após o Big Bang e sua luz levou mais de 13,4 bilhões de anos para chegar até nós, segundo os pesquisadores.
De acordo com a agência espacial dos Estados Unidos, informações anteriores coletadas pelo equipamento forneceram pistas para as galáxias primitivas. Agora, esses alvos foram confirmados pela obtenção de observações espectroscópicas, revelando padrões característicos nas impressões digitais de luz provenientes dos locais.
“Foi crucial provar que essas galáxias, de fato, habitam o início do Universo. É muito possível que galáxias mais próximas se disfarcem de galáxias muito distantes” disse a astrônoma e coautora do trabalho Emma Curtis-Lake, da Universidade de Hertfordshire, no Reino Unido. “Ver o espectro revelado como esperávamos, confirmando que essas galáxias estão no verdadeiro limite de nossa visão, algumas mais distantes do que o Hubble podia ver. É uma conquista tremendamente emocionante para a missão.”
O portal Science Alert observa que ser capaz de perscrutar o Universo mais antigo foi uma das maiores esperanças depositadas no JWST, afinal, a compreensão humana do primeiro bilhão de anos após o Big Bang é extremamente limitada, e encontrar objetos cada vez mais antigos pode ajudar a esclarecer esse momento crucial de formação das galáxias.
Descoberta de galáxias
Atualmente, há modelos que descrevem como os eventos se desenrolaram após a grande explosão que formou o Universo. Como relata a reportagem, o que se acredita é que antes do nascimento das primeiras estrelas, o Universo estava repleto de matéria opaca, partículas que se combinaram gradualmente para formar hidrogênio neutro.
Quando as estrelas começaram a se formar, elas ionizaram o hidrogênio e a luz brilhou. Este processo foi concluído cerca de 1 bilhão de anos depois que o Universo surgiu.
“A luz desses objetos é muito fraca, tendo viajado de tão longe. E, devido à expansão do Universo, ele foi significativamente esticado para a extremidade mais longa e vermelha do espectro, um fenômeno conhecido como redshifting”, explica o Science Alert.
O JWST é o telescópio mais poderoso já lançado no espaço e é especializado em luz infravermelha e quase infravermelha – projetado para detectar essa luz desviada para o vermelho, com o melhor de nossa capacidade. Para obter um redshift confiável, a luz precisa ser dividida em seus comprimentos de onda constituintes, uma técnica conhecida como espectroscopia.
No caso da descoberta atual, uma equipe de pesquisadores dividiu a luz da NIRCam do telescópio em nove faixas de comprimento de onda, focando em quatro galáxias com altos desvios para o vermelho, duas das quais foram identificadas pela primeira vez pelo Hubble.
Os novos dados confirmam que essas duas galáxias estão de fato entre as mais distantes já detectadas – as avistadas pelo Hubble têm redshifts de 10,38 e 11,58 e, as descobertas do JWST, 12,63 e 13,20. Outros candidatos com desvios para o vermelho mais altos estão atualmente sob investigação, mas ainda não foram confirmados.