Nesta quarta-feira (3), o deputado federal Rodrigo Valadares (União Brasil) afirmou ter “saudades de quando a PF prendia corruptos”. A declaração foi dada durante debate no Meio-Dia em Brasília, programa do O Antagonista, apresentado pela jornalista Kiss Vasconcelos.
Valadares foi convidado para comentar sobre os desdobramentos da operação deflagrada pela Polícia Federal na manhã desta quarta-feira, que investiga um grupo suspeito de inserir dados falsos de vacinação contra a Covid-19 nos sistemas do Ministério da Saúde.
De acordo com a Polícia Federal, com a fraude, esses grupos puderam emitir certificados de vacinação e utilizá-los para burlar as restrições sanitárias para impedir a propagação da pandemia de Covid, garantindo assim, a entrada de Bolsonaro, familiares e auxiliares nos Estados Unidos, burlando a regra de vacinação obrigatória.
Perguntado se considera a operação exagerada, o deputado federal respondeu que a operação surpreende por acontecer um dia depois de a votação da PL das Fakes News ter sido adiada. “O timing das coisas é muito esquisito. Eu tenho saudades de quando a Polícia Federal, a justiça brasileira, prendia grandes corruptos, prendia empresários corruptos em nosso país. E agora, com muita tristeza, a gente vê essa mesma Polícia Federal cuidando de vacinação, de carteirinha de vacinação”, comentou.
Rodrigo Valadares disse ainda que, o que está por trás da operação, é o crescimento da popularidade de Bolsonaro. “Tudo isso é uma cortina de fumaça, um pano de fundo pra tentar atrapalhar juridicamente a vida do ex-presidente mais popular da história do Brasil, o maior líder da nossa democracia moderna, seja tornando-o inelegível, seja conseguindo uma prisão com fatos totalmente irrisórios, totalmente alheios à realidade da população brasileira”, finalizou.
Durante a operação da Polícia Federal, os policiais fizeram buscas na casa de Bolsonaro, em Brasília. O ex-presidente não foi alvo de prisão, mas Mauro Cid Barbosa, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, e outros cinco suspeitos, foram presos.
Bolsonaro teria realizado fraude no seu cartão de vacinação e no de sua filha, Laura, de 12 anos, em 21 de dezembro do ano passado, pouco antes de viajarem para os Estados Unidos, em seu penúltimo dia de mandato.
O ex-presidente falou com a imprensa depois das buscas. Bolsonaro reafirmou que não se vacinou contra a Covid e que não houve adulteração nos dados do cartão de vacinação.