Jovem de 13 anos prestou depoimento na segunda-feira (27) e foi internado em uma unidade da Fundação Casa
Poder360 – O Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) determinou na terça-feira (28) a internação provisória do adolescente de 13 anos que matou uma professora e feriu outras 4 pessoas na escola estadual Thomazia Montoro, em São Paulo.
A medida atende a pedido da Promotoria de Justiça da Infância e Juventude da Capital. O jovem prestou depoimento na segunda-feira (27), dia do ataque. Depois, esteve no Instituto Médico Legal (IML) para um exame de corpo de delito e foi internado em uma unidade da Fundação Casa.
O TJ-SP determinou que seja realizada uma audiência de apresentação. Na ocasião, o adolescente será ouvido na presença de seus representantes legais. A Justiça ainda acatou pedido do Ministério Público (MP) para que seja feita uma avaliação psiquiátrica do jovem.
Conforme o Estatuto da Criança e do Adolescente, a internação antes da sentença deve durar, no máximo, 45 dias. Concluído o julgamento, o jovem pode cumprir até 3 anos de medida socioeducativa.
Entenda o caso
- o agressor tem 13 anos e foi apreendido pela polícia;
- ele era estudante do 8º ano do fundamental na escola estadual Thomazia Montoro, na Vila Sônia, zona oeste de São Paulo;
- ele atacou 4 professores e 2 alunos no colégio;
- os ataques foram no início da manhã de segunda-feira (27);
- uma professora de 71 anos morreu por causa das facadas;
- o estudante já havia ameaçado atacar a escola estadual José Roberto Pacheco, em Taboão da Serra, na Grande São Paulo, local onde estudou antes de ser transferido para a Thomazia Montoro no início de março;
- o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), disse que não tinha palavras para expressar sua “tristeza” com o episódio.
O delegado Marcos Vinicius Reis, responsável pelo caso, disse que o adolescente demonstrou frieza ao prestar depoimento na segunda-feira (27).
“Ele [o adolescente] passou todas as informações de forma pormenorizada, ele admitiu os fatos”, afirmou o delegado a jornalistas. “As imagens são fortes. Foram atos infracionais análogos a homicídio consumado e homicídio tentado”, continuou. “Ele foi frio, não demonstrou muita emoção e admitiu [o ataque], confessou, na presença da advogada, na presença dos pais.”
O delegado afirmou que a motivação do crime ainda está sendo investigada, assim como a participação de outras pessoas.
“Não quero antecipar nada. A gente ainda tem um campo de investigação”, falou. “A gente tem de fazer também um trabalho intenso de rede sociais”, disse. “Estamos com farto material e estamos analisando. Eventuais pessoas ainda podem ser ouvidas.”
As ameaças de atacar outra escola constam em um boletim de ocorrência registrado em 28 de fevereiro deste ano por uma funcionária da escola estadual José Roberto Pacheco, em Taboão da Serra, na Grande São Paulo.
No início de março, o jovem foi transferido da instituição para a Escola Estadual Thomazia Montoro, na Vila Sônia, onde foi feito o ataque de segunda-feira (27).
Segundo o B.O (boletim de ocorrência), o adolescente vinha apresentando comportamento suspeito nas redes sociais, “postando vídeos comprometedores, por exemplo, portando uma arma de fogo e simulando ataques violentos”. As informações foram divulgadas pelo jornal Folha de S.Paulo.
“O aluno encaminhou mensagens e fotos de armas aos demais alunos por WhatsApp, e alguns pais estão se sentindo acuados e amedrontados com tais mensagens e fotos”, lê-se em trecho do documento.
O B.O. ainda afirma que os responsáveis pelo jovem foram convocados à escola José Roberto Pacheco e orientados pela direção de que providências seriam tomadas. Segundo o secretário de Segurança Pública, Guilherme Derrite, o histórico de violência foi o motivo da transferência de colégios.
Em nota, a Secretaria de Segurança Pública do Estado de São Paulo afirmou que o Conselho Tutelar e a Vara da Infância e Juventude haviam sido avisados do B.O.
Confira:
“A Secretaria da Segurança Pública informa que em 28 de fevereiro foi registrado um boletim de ocorrência eletrônico no qual uma vítima acusava um adolescente de 13 anos de ameaça. O documento foi encaminhado ao 1º Distrito Policial de Taboão da Serra que determinou a oitiva das testemunhas e notificou a Vara da Infância e Juventude e o Conselho Tutelar do Município.”