O número pode ser ainda maior já que o comunicado foi emitido um dia antes da finalização dos testes
BSM – Por meio de um comunicado oficial, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) disse ter encontrado cerca de 200 falhas no sistema das urnas eletrônicas em apenas quatro dias de testes realizados por, aproximadamente, 100 servidores do TSE e do Tribunal Regional Eleitoral (TRE) do Paraná.
O número pode ser ainda maior, já que o comunicado foi emitido na última quinta-feira (23), um dia antes da finalização dos testes.
O TSE disse que a identificação das falhas representa um fato positivo, já que daria oportunidade aos técnicos para corrigir todos os erros antes das eleições.
Os ministros do TSE têm atuado para tentar criminalizar quaisquer críticas ao sistema eleitoral, defendido pelos magistrados como inviolável e “à prova de falhas”.
“Os softwares estão sendo testados exaustivamente, tanto por usuários dos sistemas quanto por provedores de solução, considerando várias situações diferentes de uso, como versões do primeiro e segundo turnos dos sistemas de candidatura, das auditorias e de totalização e divulgação, com o objetivo de identificar eventuais problemas e falhas (bugs) ou propor melhorias”, diz um trecho do comunicado do Tribunal.
De acordo com o engenheiro Carlos Rocha, chefe da equipe que desenvolveu a urna eletrônica brasileira, os testes conduzidos pelo TSE rebatem a tese defendida pelo ministro Roberto Barroso de que o sistema seria intransponível.
Contra a liberdade e a transparência
Durante seu discurso de despedida da presidência do TSE, Barroso anunciou uma série de medidas para um amplo controle das redes sociais durante as eleições, atacou Bolsonaro com insultos e atribuiu ao presidente da república uma ordem para que caças sobrevoassem a Praça dos Três Poderes “no intuito de quebrar as vidraças do STF”, episódio teria ocorrido em 2012.
De acordo com o ministro, o Tribunal montou uma “estratégia de guerra” para enfrentar críticos do sistema eleitoral, comprovadamente passível de fraude.
Para satisfazer seu desejo de moldar comportamentos e censurar opiniões divergentes, Barroso elencou sete ações desenvolvidas pelo TSE durante sua gestão.
O ministro também voltou a declarar sua preferência pela “imprensa profissional”, responsável, segundo Barroso, por filtrar o conteúdo que deve ser divulgado.
Em um artigo publicado no início de janeiro, Barroso chamou jornalistas independentes de “traficantes de notícias falsas” e pediu pela supressão sumária de opiniões consideradas perigosas, como as suspeitas ao sistema eleitoral.