Sempre que chove em Maceió, capital de Alagoas, é a mesma coisa: ruas alagadas, perigo de deslizamento nas encostas e algumas autoridades vindo à público horas depois para dar uma justificativa que se repete por anos a fio. Resolver o problema, que é o que a população deseja, são outros quinhentos.
Quando assumiu a Prefeitura da cidade, no início do ano passado, João Henrique Caldas — que usa as iniciais JHC para se distanciar do pai, o ex-deputado federal João Caldas da Silva (PSB) — sabia que o município não tinha infraestrutura para suportar dez minutos de chuva.
Neste domingo (20), com o País inteiro assustado com a tragédia de Petrópolis, um temporal de menos de 15 minutos deixou ruas e casas completamente alagadas. E o que é pior: em bairros considerados nobres da cidade.
Em vez de se preocupar em resolver o problema, o prefeito instagramável preferiu construir balanços e cadeira gigantes — o que o prefeito apelidou de “espaços instagramáveis” —, para encher os olhos dos turistas que dificilmente enfrentam esse tipo de problema quando estão tirando fotos nos pontos turísticos da cidade.
É que obra de infraestrutura não sai na foto. Costumam ficar nos bastidores, e isso não agrada ao Jota Agá Cê. Neste domingo, quem precisou de socorro da Prefeitura de Maceió, ou se abrigou na cadeira gigante, um dos espaços instagramáveis localizado na orla da Ponta Verde, ou no balanço igualmente grande localizado em um dos mirantes mais bonitos de Maceió.
Teve quem fosse para a Capelinha de Jaraguá, outro espaço instagramável localizado no bairro histórico de Maceió cantado em prosa e verso pelo filho do João Caldas. Vai ver que somente com reza será possível fazer o prefeito instagramável perceber que olhar para a população da cidade que ele administra vai mais do que postar foto nas redes sociais.
