Em evento do Sesi, vice-presidente da República criticou o valor da taxa básica de juros, que atualmente está em 13,75%
Poder360 – O vice-presidente da República e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), Geraldo Alckmin (PSB), disse nesta segunda-feira (27) que não há justificativa para o Brasil ter a maior taxa de juros do mundo. Segundo ele, o governo está “trabalhando para baixar” a Selic.
Alckmin deu a declaração durante a cerimônia de transmissão de cargo do presidente do Conselho Nacional do Sesi (Serviço Social da Indústria), de Eduardo Eugenio Gouvea Vieira para Vagner Freitas de Moraes. O ministro do Trabalho e Emprego, Luiz Marinho, também esteve no evento, mas não discursou.
A Selic está em 13,75%. O Copom (Comitê de Política Monetária) decidiu manter a taxa básica de juros no mesmo percentual pela 4ª reunião consecutiva. O BC (Banco Central) justifica que o patamar é adequado para levar a inflação para as metas.
“Eu sempre ouvi que nós tínhamos 3 dificuldades: juros, imposto e câmbio. O câmbio está bem. Agora é só estabilidade, sem grandes oscilações. O imposto estamos na iminência de termos uma simplificação tributária que vai dar um impulso na indústria e no emprego. Os juros nós vamos trabalhar para baixar, porque não tem nenhuma razão, não tem demanda que justifique ter o maior juros do mundo”, disse Alckmin.
O presidente do BC, Roberto Campos Neto, tem sido pressionado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e de integrantes do governo para reduzir a Selic.
Viagens de Lula
Alckmin também falou brevemente sobre a viagem de Lula à China, que foi adiada depois que o presidente foi diagnosticado com pneumonia. Na ocasião, o ministro falou somente que a visita ao continente asiático será realizada “mais para frente”. A nova data ainda não foi definida, mas o governo brasileiro planeja ir ao país no final de abril ou começo de maio.
“[A viagem] é importantíssima porque a China é o maior parceiro comercial do Brasil”, completou.
O ministro do MDIC falou sobre a importância da agenda internacional do chefe do Executivo para a indústria brasileira. Segundo Alckmin, a ida de Lula à Argentina e ao Uruguai foi importante para fortalecer o comércio inter-regional.
“Acordos internacionais são fundamentais para a indústria poder crescer, melhorar a competitividade, gerar mais emprego”, disse Alckmin.
Sobre a viagem aos Estados Unidos, o vice-presidente ressaltou que esta já “deu frutos”: o Brasil saiu da lista norte-americana de antidumping da placa de aço e carbono.