Na manhã desta segunda (17), no horário de Brasília, a Justiça francesa inocentou a Airbus, fabricante de aviões do país, e a companha aérea Air France da denúncia de homicídio involuntário. A sentença vem após 14 anos do acidente que deixou 228 mortos. O avião fazia a rota entre o Rio de Janeiro e Paris e caiu no Atlântico. Não houve sobreviventes.
A decisão acontece em um julgamento público histórico sobre o desaparecimento do voo AF447 em uma tempestade em 1º de junho de 2009, com as famílias das 228 vítimas exigindo justiça, mas os promotores de Paris reconhecendo que a culpa formal não pôde ser provada.
O veredicto ocorre no primeiro julgamento da França por homicídio involuntário corporativo, para o qual a multa máxima é de 225 mil euros.
Após uma busca de dois anos pelas caixas-pretas do A330 usando submarinos remotos, os investigadores descobriram que os pilotos responderam desajeitadamente a um problema envolvendo sensores de velocidade congelados e caíram em queda livre sem responder aos alertas de estol.
O julgamento também destacou discussões anteriores entre a Air France e a Airbus sobre problemas crescentes com “tubos de pitot” externos que geram as leituras de velocidade.
Ambas as empresas se declararam inocentes.
Anunciando a decisão, o juiz do tribunal criminal de Paris listou vários atos de negligência de ambas as empresas, mas disse que eles ficaram aquém da certeza necessária para estabelecer responsabilidade firme pelo pior desastre aéreo da história da França.
“Um provável nexo causal não é suficiente para caracterizar um delito”, disse o juiz ao tribunal lotado.