Escolha, considerada inválida, não interfere diretamente na contagem que define os vencedores das eleições que ocorrem neste domingo (2)
CNN – O voto em branco e o voto nulo são opções para as pessoas que não querem escolher nenhum candidato nas eleições que acontecem no próximo domingo (2).
Com a aproximação da votação, surge a discussão sobre como esses votos, oficialmente declarados “inválidos”, podem ou não impactar os resultados do pleito — inclusive com a divulgação de teorias de que os votos em branco e nulos podem favorecer a vitória de um candidato ou até mesmo “anular” uma eleição.
Entenda a diferença entre esses votos no sistema brasileiro e o seu impacto eleitoral na prática.
Votos válidos x Votos inválidos
Os votos em branco e os votos nulos são considerados inválidos na contagem eleitoral. Embora os cidadãos tenham o direito de escolhê-los nas urnas, eles não entram na conta final que decide os representantes eleitos.
Por exemplo, no segundo turno da eleição presidencial de 2018, mais de 11 milhões de pessoas que foram votar não escolheram Jair Bolsonaro (então no PSL) e nem Fernando Haddad (PT).
Caso fossem considerados, esses votos representariam 9,57% do eleitorado. Os 55,13% que escolheram o atual presidente, portanto, dizem respeito à quantia válida — ou seja, pouco mais de 90% do total de pessoas que foram às urnas.
Exceto pelas duas opções disponíveis para quem não opta por nenhum candidato, todos os votos dados na urna eletrônica são válidos e, portanto, contabilizados na definição do pleito. Ao ouvir que um candidato “conquistou XX% dos votos válidos”, é esse universo de eleitores que está sendo considerado.
A influência indireta no primeiro turno
Nas definições para os governos estaduais e presidência da República, porém, os votos em branco e os votos nulos podem interferir, de forma indireta, no primeiro turno, pois eles ajudam a definir a quantidade absoluta de eleitores que um candidato precisa para vencer a eleição.
Para se eleger em primeiro turno, um candidato ao Executivo precisa da maioria (50% + 1) dos votos válidos — ou, em outras palavras, ele necessita de mais votos que todos os outros candidatos somados.
Portanto, quanto maior o número de votos em branco ou nulos, assim como as abstenções, menor a quantidade de eleitores que esse candidato precisa para se eleger sem a necessidade do segundo turno.
No caso das eleições parlamentares, a redução da amostragem válida diminui também a quantidade de votos da qual os representantes dependem para se eleger.