Ex-chefe da Secretaria de Comunicação de Bolsonaro usou as redes sociais para comentar visita de ex-presidente à Polícia Federal
Metrópoles – O antigo chefe da Secretaria de Comunicação da Presidência da República, Fabio Wajngarten, afirmou que o depoimento do seu ex-patrão, Jair Bolsonaro (PL), transcorreu de forma “tranquila”. O ex-presidente compareceu à sede da Polícia Federal na tarde desta quarta-feira (5/4).
“O depoimento do [ex-] presidente Jair Bolsonaro transcorreu de maneira absolutamente tranquila, tendo respondido a todas as indagações feitas pela PF. Foi uma ótima oportunidade para esclarecimentos dos fatos”, afirmou Wajngarten nas redes sociais.
Após o mandato de Bolsonaro, Wajngarten ficou conhecido por gerir as redes sociais do ex-presidente. Ele teria acompanhado o antigo mandatário no depoimento desta quarta.
Além de Bolsonaro, prestaram depoimento outras nove pessoas, cinco delas em Brasília e quatro em São Paulo, todas na tarde desta quarta. Um dos depoentes é o antigo ajudante de ordens do ex-presidente da República, o tenente-coronel Mauro Cid.
Cid protagonizou uma das tentativas de reaver as joias que ficaram retidas com a Receita Federal. O objetivo da Polícia Federal ao marcar todos os depoimento no mesmo horário foi impedir que os investigados pudessem combinar o que dizer às autoridades.
Desde que o caso veio à tona, Bolsonaro nega irregularidades e afirma que os objetos foram cadastrados no acervo da Presidência da República.
Ao desembarcar no Brasil na última semana, o ex-mandatário voltou a rebater as acusações de que queria esconder as joias. “Se eu quisesse camuflar, jamais descobririam isso aí”, disse.
Os presentes recebidos da Arábia
Em outubro de 2021, uma comitiva do Ministério de Minas e Energia viajou à Arábia Saudita, entre os servidores que compunham o grupo estava o então chefe da pasta, ministro Bento Albuquerque. Na volta ao Brasil, a Receita Federal apreendeu um conjunto de joias que estava com o ajudante de ordens de Albuquerque, o militar Marcos André dos Santos Soeiro, no pacote, havia um colar avaliado em R$ 16,5 milhões.
Depois da apreensão, o governo Bolsonaro teria tentado reaver o pacote de joias pelo menos quatro vezes, por meio dos ministérios da Economia, de Minas e Energia, e de Relações Exteriores.
Em uma quarta movimentação para recuperar os objetos, realizada a três dias de Bolsonaro deixar o governo, um funcionário público utilizou um avião da Força Aérea Brasileira (FAB) para se deslocar a Guarulhos. O homem teria se identificado como “Jairo” e argumentado que nenhum objeto do governo anterior poderia ficar para o próximo.
Bolsonaro também entrou em campo e chegou a enviar ofício ao gabinete da Receita Federal para solicitar que as joias fossem destinadas à Presidência da República. O documento foi assinado por Mauro Cid, ajudante de ordens e “faz-tudo” do ex-presidente.